Após dez meses de luta pelo reajuste salarial dos motoristas (atrasado desde julho de 2023) e a aprovação de uma contraproposta da Urban pelo Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Anápolis, o Sittra agora teme que o novo acordo não seja cumprido.
Segundo recente notificação da Urban, a empresa talvez não realize o pagamento do reajuste salarial. Em explicação ao sindicato, foi informado que, sem a apresentação de uma solução pela prefeitura e a agência reguladora de Anápolis, não haveria condições de contemplar o pagamento do retroativo na data anteriormente acertada.
De acordo com o presidente do Sittra, Adair Rodrigues, a situação se trata de um imbróglio entre o município (Prefeitura de Anápolis) e a empresa (Urban), o que se trataria de uma “falta de respeito com o trabalhador”. “Eu espero que [a Urban] cumpra o que foi acordado, encaminhado para o Sindicato e aprovado em assembleia. Se, eventualmente, não cumprir, vai haver outra paralisação do transporte coletivo na cidade”.
Em fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Anápolis (Sittra) quase aprovou greve dos motoristas do transporte coletivo. A motivação seria a falta de reajuste salarial dos motoristas pela Urban, que se arrastava sem solução há nove meses. No último dia 21, entretanto, o Sindicato recuou e decidiu aceitar a proposta da empresa.
Um acordo coletivo havia sido firmado entre a Urban e o Sittra em julho de 2023, a partir do qual seria reajustado o salário dos trabalhadores. Apesar disso, a empresa não cumpriu o acordo e só voltou a conversar com o Sindicato em fevereiro, quando propôs o reajuste de 3,74%.
Inicialmente, a proposta foi rejeitada pela categoria, que pedia o aumento de 20%. Depois, em nova assembleia, uma contraproposta foi aprovada por mais de 100 sindicalizados: reajuste de 3,74% e pagamento do retroativo de junho até fevereiro, além de não descontar o dia de trabalho da paralisação ocorrida em 7 de fevereiro.
Segundo o novo acordo, a diferença deve ser paga na próxima quarta-feira, 20 de março. Depois, uma nova negociação se aproxima: “A partir de 1º de junho, já é outra negociação, porque é outra data-base”, destacou Adair Rodrigues.