Entre socos e pontapés: professores da UFG votam contra a proposta do governo

Assembleia devia ter acontecido na terça-feira, mas foi adiada devido a confusões entre os docentes

Professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) se reuniram na manhã desta quinta-feira (23) para deliberar sobre a atual proposta do Governo Federal à categoria, que está em greve desde 07 de maio.

Inicialmente, a assembleia aconteceria na última terça-feira (21), mas foi adiada devido a confusões entre os docentes. Apesar do adiamento, desentendimentos e agressões físicas também marcaram a sessão que aconteceu hoje, no Campus Samambaia.

Conforme publicado pela Associação dos Docentes da UFG (ADUFG), as principais pautas da reunião seriam informes e avaliação da proposta apresentada pelo Governo Federal no dia 15 de maio. Além disso, seria votada a reabertura do plebiscito com análise da proposta do Governo com manutenção ou não da greve.

A sessão foi regida pela diretoria do sindicato e marcada pela contraposição de ideias, com docentes se manifestando, intercaladamente, a favor e contra a proposta do Governo Federal. Mais de dez professores, filiados ou não, argumentaram perante a categoria.

Entretanto, conforme a assembleia se alongava, a desorganização marcava o encontro. Após o final do primeiro bloco, a diretoria da ADUFG passou a defender menos argumentações dos docentes, que ainda queriam se manifestar. Após alguns desentendimentos, mais oito professores expressaram suas opiniões.

O Coletivo Magnífica Mundi, da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFG), fez a cobertura da plenária e reportou os acontecimentos em tempo real. Imagens mostram o momento de agressão entre professores, que são apartados por colegas.

Alunos barrados

Outro acontecimento que marcou a plenária foi a ausência dos discentes no início da sessão. Mais de vinte discentes, incluindo representantes do Diretório Central dos Estudantes, compareceram ao local, mas foram barrados ao tentar assistir à assembleia.

Em entrevista ao Coletivo Magnífica Mundi, Emily Eloá, coordenadora geral do DCE, conta que, inicialmente, apenas representantes do Diretório puderam participar da sessão. “Nós conversamos com alguns professores aqui dentro, que colocaram essa proposta de votação. Conseguimos entrar muito mais pelo plenário do que pela vontade da própria diretoria do sindicato”, explica.

Já Guilherme Martins, também coordenador geral do DCE, destaca que os discentes são “inclusive, uma das categorias mais importantes da universidade”, e que o DCE representa, hoje, mais de 19 mil estudantes. Sobre a conclusão da assembleia, ele avalia que “o resultado hoje dá mais gás para a gente construir uma greve maior e mais unitária entre as três categorias: estudantil, dos técnicos e dos docentes”.

Quais pontos foram levantados?

Entre os diversos aspectos apontados pelos docentes durante o debate inicial, o quantitativo orçamentário da proposta e a participação dos docentes aposentados nos reajustes foram questionados. O prazo final para aceite da proposta do Governo Federal, que é na segunda-feira (27), também foi ressaltado.

Um dos docentes presentes apontou: “O governo mistura carreira com reajuste e faz um imbróglio, que faz entender que nós vamos ter valorização da carreira”. E comparou: “se há um desastre ambiental no Rio Grande do Sul e o arcabouço fiscal desceu por causa disso, pior é o desastre educacional que nós vivemos no país há vinte anos”.

Já outro professor destacou em sua fala: “Se nós não pararmos agora, no futuro nós também não pararemos – se não tivermos a consciência de fazermos pressão e ocupação de espaços políticos, como a rua”.

Outro, ainda, defendeu que, atualmente, o sindicato se aproxima mais da Reitoria da UFG do que da categoria docente. “Desde que foi deflagrada a greve, a diretoria se recusou a dialogar com centenas de professores que precisam de um comando local de greve. A diretoria preferiu fazer reunião com a Reitoria para discutir o que é serviço essencial, em vez de discutir com a gente aqui na assembleia”, afirmou.

Próximos passos

Os professores presentes votaram contra a proposta atual do Governo Federal, mas, ainda assim, a diretoria do sindicato abriu plebiscito eletrônico. A votação tenta apurar se os docentes, filiados ou não, querem continuar a greve ou desistir da paralisação.

Compartilhar post:

Últimas

Relacionadas
Postagens

Travesti é executada a tiros próximo a UEG em Anápolis

Na noite desta sexta-feira (18), uma travesti conhecida nas...

Preço nos combustíveis em Anápolis, tem variação de até 12% nas bombas

O Procon de Anápolis realizou, entre os dias 14...

Prefeitura realizará neste sábado (19), mutirão de troca de ingressos para a 66ª Expoana

Quem quiser participar da 66ª Exposição Agropecuária de Anápolis...

Prefeitura entrega Escritura Cidadã e inicia a obras de pavimentação

A Prefeitura de Anápolis deu início à entrega dos...