Após paralisar as atividades para promover momentos de mobilização, os docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG) se reuniram em nova assembleia na noite desta quarta-feira (21), no Câmpus de Ciências Socioeconômicas e Humanas – Nelson de Abreu Júnior. Com participação de docentes filiados e não filiados ao sindicato dos Docentes da UEG (Adueg), e também de alguns discentes, a reunião tinha como objetivo expor a atual situação da movimentação e discutir possíveis desdobramentos.
Na manhã desta quarta-feira, os docentes já haviam se reunido na Unidade, quando o encontro contou, também, com a presença de representantes da Unidade Universitária Palmeiras de Goiás. Desde a declaração de que a paralisação aconteceria nesta quarta-feira, o movimento iniciado em Anápolis ganhou apoio de pelo menos outros sete campi da instituição.
Também paralisaram as atividades os cursos de Direito, em Palmeiras de Goiás, Iporá e Morrinhos; de Cinema e Audiovisual, em Laranjeiras; e de Medicina Veterinária e Zootecnia, em São Luís de Montes Belos, além das Unidades Universitárias de Inhumas e Aparecida de Goiânia. Apoiam a categoria docente tanto os servidores técnico-administrativos, quanto os discentes.
Embora o primeiro momento seja de mobilização e curta paralisação, a possibilidade de greve ainda não foi descartada. Nesta quinta-feira (22), às 14h, os docentes e discentes se reúnem mais uma vez na UNUCSEH para discutir os próximos passos. O debate passa não apenas pelos professores sindicalizados à Associação, mas inclui, também, todos os docentes da UEG que quiserem participar e se manifestar, além dos discentes que quiserem entender a situação.
As opções debatidas são duas: ou a categoria assume uma greve, e o período letivo para por tempo indeterminado, até que a Secretaria de Administração do Estado de Goiás responda às reivindicações, ou os profissionais docentes organizam uma agenda de lutas, com mobilizações pontuais e recorrentes. A votação acontece na quinta e na sexta-feira (23).
A possibilidade de greve tem sido levantada desde janeiro, mas as demandas acontecem desde o início de 2023. A Associação de Docentes tem conversado com a Reitoria e com a Secretaria de Estado de Administração (Sead) desde agosto de 2022, quando uma nova proposta de Plano de Carreira para os professores foi aprovada.
Marcelo José Moreira, presidente da Adueg, conta que o Governo de Goiás passou todo o ano de 2023 sem conceder respostas concretas à categoria docente, mas a situação piorou quando o Secretário de Administração parou totalmente de se manifestar. “Francisco Sérvulo, Secretário de Estado da Administração, sequer respondeu o último ofício ao Reitor”, afirmou.
O presidente continuou: “Nós tentamos várias formas de diálogo. Já temos uma coleção de ofícios e uma coleção de fotos – de mobilizações que fizemos em frente ao prédio central do Governo, mais duas mobilizações realizadas na Assembleia Legislativa de Goiás, além de duas audiências públicas”, disse, “o que não nos falta é a busca por diálogo para tentar resolver as nossas reivindicações”.
As principais reivindicações mencionadas são duas. Primeiro, o acesso ao novo Plano de Carreira em que a Sead fez propostas de alterações, mais a participação de representantes dos docentes no Grupo de Trabalho que está reformulando o Plano. Também, que seja encaminhado ao Legislativo um projeto de lei para extinguir o Quadro de Vagas que impede promoções entre classes (especialista, mestre, doutor e pós-doutor).
A mudança de classes na UEG está congelada desde 2018, o que faz com que profissionais que obtiveram títulos ao longo de sua atuação na Universidade não tenham sua remuneração atualizada conforme o nível acadêmico alcançado. Segundo dados públicos disponíveis no BI UEG, 246 docentes esperam pela atualização de titulações.
Os próximos passos da mobilização são decididos ainda esta semana.