Dois episódios envolvendo agressões e ameaças a profissionais da educação marcaram negativamente a quinta-feira (12) em Anápolis, levantando sérias preocupações sobre a segurança nas instituições de ensino da cidade. Em menos de 24 horas, uma professora da rede estadual foi agredida por um aluno de 13 anos, enquanto docentes de uma faculdade particular foram ameaçadas por um pai revoltado com uma advertência disciplinar aplicada à filha.
O primeiro caso ocorreu no Colégio Estadual Antesina Santana, uma das instituições mais tradicionais da cidade, localizado na região central. De acordo com relatos, um aluno do 8º ano teria desferido um soco contra uma professora, o que gerou revolta entre pais, ex-alunos e a comunidade escolar. A Polícia Militar foi acionada, e a direção da escola confirmou que a servidora agredida passa bem, embora sem detalhar se ela precisou de atendimento médico.
Momentos depois da agressão, a mãe do adolescente chegou à escola acompanhada por uma conselheira tutelar e informou, de forma informal, que o filho é diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA). A ocorrência foi registrada e será encaminhada aos órgãos competentes. Até o momento, não foram divulgadas eventuais medidas disciplinares adotadas.
Horas depois, um novo episódio de tensão foi registrado, desta vez na Faculdade Fibra, no bairro São João. Uma estudante foi flagrada utilizando o celular durante uma prova e recebeu uma advertência disciplinar. No entanto, o caso tomou rumos inesperados quando o pai da aluna chegou à instituição e, em vez de dialogar com a equipe pedagógica, passou a proferir graves ofensas e ameaças contra as professoras.
Testemunhas afirmam que o homem gritou frases como: “Puta desgraçada, você está perseguindo minha filha! Vou te matar e, se não conseguir, vou mandar alguém.” Diante da gravidade, uma das docentes optou por registrar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), com base nos artigos de injúria e ameaça do Código Penal. O caso será encaminhado à Justiça.
Ambos os episódios escancaram a crescente pressão vivida por educadores e a urgência de medidas institucionais para garantir ambientes escolares mais seguros, respeitosos e preparados para lidar tanto com questões disciplinares quanto com alunos que necessitam de acompanhamento especializado. Para muitos profissionais da área, o que está em jogo vai além da autoridade em sala de aula, é a integridade física e emocional de quem se dedica diariamente à formação das futuras gerações.