Carne de cavalo é proibida ou pode ser consumida com segurança?

Médico veterinário explica como a carne pode ser consumida legalmente, mas alerta para os riscos de abatedouros clandestinos em Anápolis

Ao contrário do que muitos acreditam, o consumo de carne de cavalo é permitido no Brasil desde 2017. A carne é vendida principalmente de forma processada e moída, sendo utilizada para a produção de hambúrgueres e outros derivados, que podem chegar às câmaras frias de açougues, supermercados e outros estabelecimentos.

Murilo Elias, coordenador do curso de Veterinária da UniFama, explica que, assim como os bovinos, os equinos também precisam ser submetidos a fiscalização rigorosa para garantir a qualidade e a segurança da carne. “Assim como os bovinos, os equinos precisam passar pela fiscalização da criação, abate, inspeção e desossa, por exemplo, dentro das práticas sanitárias”, afirmou.

Contudo, para que a carne chegue ao consumidor final, é necessário que ela passe pelo mesmo procedimento exigido para os bovinos. Isso significa que a carne precisa contar com o selo de inspeção da Agrodefesa ou do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), garantindo que o produto atenda aos requisitos sanitários.

A realidade encontrada pelas forças policiais e pela Agrodefesa, no entanto, revela um cenário muito diferente. Na noite de segunda-feira (10), foi realizada uma operação no abatedouro clandestino de cavalos na zona rural de Anápolis e no galpão de armazenamento e processamento de carne, localizado na Vila União. As imagens do local mostram uma área insalubre, com um cercado de madeira e um matadouro sem qualquer higiene, onde os cavalos eram arrastados pelo chão de cimento e, possivelmente, mortos com machadadas após serem presos no giral.

Murilo Elias enfatiza que o grande problema relacionado a esse abatedouro clandestino é a questão de saúde pública e os maus-tratos aos animais. “O que hoje nós temos de problema com esse abatedouro clandestino são a questão de saúde pública e maus-tratos aos animais, devido ao abate desses animais, muitos deles enfermos e doentes”, explicou o veterinário.

Ele ainda destacou a preocupação com a contaminação da carne para o consumo humano, ressaltando que isso não deve ser confundido com o consumo de carne de cavalo de procedência legal. “O problema não é o consumo de carne de cavalo em si, desde que ela seja de procedência adequada e provenha de abatedouros legalizados, que atendam às normas exigidas pelo Ministério da Agricultura”, afirmou.

Desde a publicação do decreto que autorizou o consumo de carne de cavalo no Brasil em 2017, a carne pode ser tanto consumida no país quanto exportada, com foco principalmente na exportação. “A maior parte dessa carne é destinada à exportação, mas também pode ser consumida pela população brasileira sem problema nenhum, desde que tenha a devida procedência”, concluiu Murilo.

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