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Quando o Sofrimento Vira Diagnóstico: Repensando o Janeiro Branco

No Janeiro Branco, somos convidados a refletir sobre a saúde mental, mas é preciso cuidado para não reduzi-la a um problema individual. Em um mundo que nos exige produtividade incessante e reforça a lógica da performance, o sofrimento psíquico muitas vezes é tratado como falha pessoal, quando, na verdade, está profundamente ligado às condições sociais em que vivemos.

Patologizar significa transformar experiências humanas em doenças, muitas vezes sem considerar o contexto em que ocorrem. Sentir tristeza, angústia ou desânimo diante de uma realidade difícil não é, necessariamente, um transtorno mental. No entanto, há uma tendência crescente de medicalizar emoções e desconsiderar os fatores sociais que as geram.

A patologização da vida tem transformado angústias legítimas em diagnósticos rápidos, desconsiderando os impactos do desemprego, da desigualdade, da precarização do trabalho e das relações cada vez mais frágeis. Mais do que ajustar o indivíduo a uma realidade adoecedora, precisamos questionar as estruturas que produzem sofrimento.

Cuidar da saúde mental, portanto, não é apenas buscar equilíbrio interno, mas reivindicar direitos, fortalecer laços comunitários e construir formas mais humanas de existir em sociedade. Que possamos, neste Janeiro Branco, ampliar esse olhar e reconhecer que nosso bem-estar depende tanto de mudanças individuais quanto coletivas.

Por: Kaline Oliveira de Cunha Pessoa, Psicóloga, mestra em Psicologia (UFG), com aperfeiçoamento em Psicobiologia (USP), Coordenadora do CAPS Infantil Crescer – Anápolis

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