Esteticistas e massoterapeutas de Anápolis estão em alerta diante de um caso recorrente de importunação sexual e violência contra profissionais da categoria. O suspeito, identificado apenas nos registros policiais, vem sendo apelidado pelas vítimas de “maníaco sexual” e já acumula boletins de ocorrência tanto na cidade quanto em Goiânia.
Segundo relatos compartilhados em grupos de mensagens entre profissionais da área, o homem procura atendimentos de massagem e estética e, durante as sessões, adota condutas abusivas, como se despir diante das trabalhadoras e insistir em investidas de conotação sexual. Além disso, há registros de que ele utiliza comprovantes falsos de PIX como forma de burlar o pagamento pelos serviços.
Ocorrências registradas na Polícia Civil confirmam as denúncias. Em um dos casos, a vítima relatou que o suspeito retirou as roupas durante o atendimento e tentou forçá-la a tocá-lo. Em outro boletim, consta que ele reagiu de maneira agressiva após ter suas investidas rejeitadas.
Profissionais também apontam que o mesmo indivíduo já teria sido preso em Goiânia por agredir uma massagista. Agora, atuando em Anápolis, o número de relatos cresceu. Em conversas entre as vítimas, já são contabilizados mais de 15 episódios recentes, alguns com tentativas de violência física e intimidação.
O medo se espalhou entre as esteticistas, principalmente aquelas que atendem sozinhas. Enquanto algumas já formalizaram denúncia, outras ainda avaliam se registrarão ocorrência, mas todas reforçam a importância de atenção redobrada e do compartilhamento de informações para prevenir novos casos.
“Fiquei em choque, nunca tinha passado por isso”, diz dona de Studio
A primeira denúncia oficial foi registrada por uma empresária do ramo da estética em Anápolis, que tem uma Studio no bairro Jardim Europa. ela relatou que o homem marcou um atendimento em sua clínica e, durante a sessão, se despiu inesperadamente.
“Fiquei em choque, nunca tinha passado por isso em mais de dez anos de profissão. Ele começou a insinuar coisas e tentou me constranger. Pedi que ele se retirasse imediatamente, e logo em seguida denunciei na página do estúdio e procurei a polícia para registrar a ocorrência”, relatou a profissional.
A empresária afirmou ainda que decidiu expor o caso para alertar colegas de profissão. “Se eu tivesse ficado calada, ele continuaria fazendo isso com outras mulheres. Hoje vejo várias profissionais me procurando para contar histórias muito parecidas. Precisamos nos unir e exigir providências”, reforçou.
‘Que ele pague pelo que fez e aprenda a respeitar as profissionais dessa área. Não somos nós que devemos parar de atender homens, são eles que precisam aprender a respeitar as mulheres, independente da profissão que exercemos.” Falou a dona do Stúdio onde aconteceu o assédio.
A Polícia Civil segue investigando a conduta do acusado e apura a relação entre os registros feitos. Até a conclusão das apurações, a recomendação é que profissionais da área adotem cautela no agendamento de atendimentos e priorizem medidas de segurança.