Um bilhete com insultos racistas levou o zelador angolano Almiro Martins, de 21 anos, a pedir demissão do colégio particular onde trabalhava havia poucos meses, em Anápolis (GO). A mensagem dizia que o autor tinha “nojo da raça” dele e o mandava “voltar para a África”.
“Não sei você, mas eu tenho nojo da sua raça. Preto brasileiro é diferente. Vai embora, africano de merda.” dizia a mensagem racista no bilhete escrito em um papelão.
O ataque, ocorrido na terça-feira (25), abalou profundamente Almiro, que havia sido promovido duas vezes em menos de cinco meses por seu desempenho. Segundo sua esposa, Ruth Rocha, o episódio afetou diretamente a autoestima do jovem. Ela relata que o marido nunca havia precisado se preocupar com a própria cor em seu país de origem.
Mesmo reservado, Almiro decidiu registrar boletim de ocorrência para que o caso venha a público e sirva de alerta sobre o racismo ainda presente em 2025. A família acredita que a agressão pode ter sido motivada pelo bom relacionamento dele com a direção da escola, que o elogiava com frequência.
Após encontrar o bilhete, Almiro pediu demissão e, incentivado pelos familiares, denunciou o ocorrido para evitar que o autor repita o crime contra outros trabalhadores negros. O caso será encaminhado à delegacia especializada em crimes de racismo, em Goiânia.
