O Banco Central (BC) vai atualizar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para tornar mais ágil e eficiente a recuperação de valores em golpes realizados pelo Pix. A ferramenta permitirá rastrear o caminho completo do dinheiro e deve reduzir a vantagem dos criminosos, que costumam transferir rapidamente os valores para diversas contas.
A atualização do sistema começa a ser disponibilizada às instituições financeiras em 23 de novembro e passa a ser obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026. Na prática, o prazo para que a vítima receba o valor de volta será de até 11 dias após o registro da contestação.
Atualmente, o MED só bloqueia recursos na conta inicial usada na fraude, o que limita a recuperação, já que golpistas dispersam o dinheiro rapidamente. Com a mudança, será possível mapear todas as transações feitas a partir da operação fraudulenta, bloqueando valores em diferentes contas envolvidas.
Como pedir o Pix de volta
De acordo com o Banco Central, o cidadão deve solicitar a devolução à instituição financeira em até 80 dias após a transação contestada. O processo funciona da seguinte forma:
- O cliente registra o pedido de devolução no banco;
- A instituição avalia a denúncia. Se houver indícios de fraude, os valores na conta do recebedor são bloqueados;
- A análise é feita em até sete dias. Caso não seja identificada fraude, o dinheiro é desbloqueado. Se o golpe for confirmado, a devolução acontece em até 96 horas (total ou parcial, conforme saldo disponível na conta do fraudador);
- Se a devolução for parcial, o banco deve realizar novos bloqueios sempre que houver movimentação na conta do golpista, por até 90 dias após a operação original.
Autoatendimento a partir de outubro
Outra novidade será implementada em 1º de outubro, as vítimas de fraudes poderão registrar pedidos de devolução diretamente pelo aplicativo do banco, em formato de autoatendimento. A ideia é facilitar e agilizar o processo, reduzindo a necessidade de contato com atendentes humanos.
Com essas mudanças, o Banco Central busca reforçar a confiança no Pix e dificultar a atuação de criminosos digitais, ampliando a segurança de milhões de brasileiros que utilizam o sistema diariamente.