Com a morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, a Igreja Católica se prepara para um conclave histórico. Serão 135 cardeais eleitores, representando 71 países, que terão a missão de escolher o novo pontífice. O cenário atual apresenta uma lista diversa de possíveis sucessores, refletindo a pluralidade de visões e desafios da Igreja no século XXI.
Pietro Parolin (Itália)
Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, Parolin é considerado um dos cardeais mais influentes da Cúria Romana. Sua carreira diplomática inclui missões delicadas, como negociações com a China e a restauração de relações diplomáticas com países como Vietnã e Cuba. É visto como um diplomata habilidoso e um administrador experiente, com capacidade para manter o equilíbrio entre diferentes correntes dentro da Igreja. Sua postura moderada e conciliadora pode ser decisiva em um cenário pós-Francisco, no qual se busca unidade.

Luis Antonio Tagle (Filipinas)
Ex-arcebispo de Manila e atualmente prefeito do Dicastério para a Evangelização, Tagle é uma das figuras mais carismáticas do colégio cardinalício. Conhecido por sua empatia, humildade e forte presença nas redes sociais, ele é muito próximo das comunidades mais pobres e engajado em questões sociais. Sua eleição seria histórica por representar a crescente importância da Ásia para o catolicismo, região onde a fé católica tem crescido, em contraste com o declínio em partes da Europa. É visto também como um continuador do estilo pastoral de Francisco.

Matteo Zuppi (Itália)
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é um dos cardeais italianos mais respeitados. É ligado à Comunidade de Santo Egídio, conhecida por seu trabalho em favor da paz e dos pobres. Tem um estilo pastoral próximo do povo, promovendo uma Igreja aberta, inclusiva e voltada ao diálogo. Zuppi é frequentemente descrito como um “pastor com cheiro de ovelhas”, expressão popularizada por Francisco. Sua eleição representaria uma continuidade das reformas e do espírito sinodal impulsionados pelo atual papa.

Robert Sarah (Guiné)
Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Sarah é uma figura de destaque entre os setores mais conservadores da Igreja. É conhecido por sua defesa firme da liturgia tradicional e da doutrina moral católica. Apesar de sua postura firme, também é admirado por sua espiritualidade profunda e simplicidade pessoal. Sua possível eleição poderia sinalizar um retorno a posições mais conservadoras após o pontificado de Francisco, agradando a alas mais tradicionais do catolicismo, especialmente na África e nos Estados Unidos.

Juan José Omella (Espanha)
Atual arcebispo de Barcelona e ex-presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Omella é conhecido por sua proximidade com o pensamento social da Igreja e sua simplicidade franciscana. É um defensor do diálogo, da justiça social e da acolhida aos migrantes. Embora mantenha um perfil discreto, tem prestígio entre os cardeais europeus e é respeitado por sua capacidade de construir consensos. Sua liderança pastoral e equilíbrio ideológico podem fazer dele uma escolha viável em um conclave que busque um nome agregador.

O que esperar do conclave
O conclave, previsto para acontecer na primeira quinzena de maio, promete ser um dos mais imprevisíveis dos últimos tempos. A maioria dos cardeais eleitores foi nomeada por Francisco, o que pode favorecer a continuidade de sua visão pastoral e reformista. No entanto, divisões internas e pressões por mudanças também estão no centro do debate. O próximo papa herdará uma Igreja em transformação: desafiada por crises internas, pela perda de, como na África e Ásia. Caberá a ele conduzir o diálogo entre tradição e renovação, mantendo a unidade e relevância da Igreja Católica no mundo contemporâneo.