Prisões revelam execuções ligadas a facções criminosas em Anápolis

Crimes ocorreram em 2019, mas investigação detalhada levou à elucidação dos casos e cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Anápolis, com o apoio da Delegacia de Goianira, da 3ª Delegacia Regional e da Polícia Penal, cumpriu quatro mandados de prisão preventiva relacionados a dois homicídios ocorridos em 2019. Os crimes, segundo as autoridades, têm ligação direta com disputas entre facções criminosas rivais que atuam no estado.

De acordo com as investigações, o primeiro assassinato ocorreu em 2 de novembro de 2019. Naquela tarde, por volta das 15h30, Lucas Franco Barbosa foi executado a tiros em plena via pública, em frente ao Bar Point da Avenida, no Residencial Leblon, em Anápolis. O autor dos disparos, identificado como F.N.S., teria agido sob ordens de R.A.A.M., apontado como membro da liderança de uma facção criminosa. Dois outros indivíduos, J.P.P.R. e D.P.R., teriam ajudado na identificação da vítima, contribuindo para a execução.

Menos de uma semana depois, em 9 de novembro, outro homicídio com características semelhantes foi registrado, dessa vez nas proximidades da Praça Dom Emanuel, no Bairro Jundiaí. A vítima, Marcelo de Freitas Gramacho, conhecido como “Segurança”, também foi alvejada por F.N.S., novamente a mando de R.A.A.M. Segundo a polícia, Marcelo foi morto por se recusar a mudar de facção.

A semelhança nos casos e a curta distância de tempo entre eles motivaram uma análise técnica detalhada. A Polícia Civil requisitou um exame microbalístico, que confirmou que a mesma arma de fogo foi usada nos dois assassinatos. Esse laudo foi peça-chave para fortalecer as provas do inquérito.

Um ponto importante da investigação é que o segundo caso, o de Marcelo Gramacho, havia sido arquivado por falta de provas. No entanto, com o avanço das investigações e o reconhecimento claro do autor por meio de imagens de câmeras de segurança, o processo foi desarquivado e retomado pela Justiça.

Com base nas novas evidências, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos envolvidos, pedido que foi acatado pelo Poder Judiciário.

As prisões ocorreram entre os dias 14 e 19 de maio de 2025. No dia 14, por volta das 20h22, F.N.S. foi capturado em Goianira. Dois dias depois, em 16 de maio, D.P.R. foi preso em Anápolis. Por fim, em 19 de maio, J.P.P.R. teve seu mandado de prisão cumprido dentro da Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, onde já se encontrava detido por outro crime.

Os inquéritos referentes aos dois homicídios já foram encaminhados à Justiça. Se condenados, os réus podem enfrentar penas que, somadas, podem chegar a 60 anos de reclusão. Com as regras atuais do sistema penal, eles podem cumprir até 40 anos em regime fechado.

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