A morte de João Victor Gontijo Oliveira, de 10 anos, que ocorre no último dia 19, continua sendo investigada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis. O menino morreu após receber uma descarga elétrica ao encostar em um cabo de internet energizado que estava instalado de forma irregular em uma luminária de iluminação pública, no bairro Vila Jussara.
Segundo a perícia preliminar, o fio não possuía identificação obrigatória e havia sido ligado clandestinamente à rede de energia. A delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, explicou que a investigação agora busca identificar a origem desse cabo e responsabilizar quem realizou a instalação. Para isso, será feita uma perícia complementar nos postes da região, além da solicitação de informações à Equatorial Energia e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O trabalho dos peritos enfrenta um desafio adicional: no dia do acidente, técnicos da Equatorial cortaram não apenas o fio energizado, mas também outros cabos considerados irregulares no mesmo ponto, o que dificulta rastrear a empresa responsável pela fiação. A Polícia Civil pretende cruzar dados de licenciamento para verificar quais operadoras tinham autorização para atuar no local.
O caso também evidenciou divergências entre órgãos envolvidos. A Prefeitura de Anápolis declarou que o uso de luminárias públicas como suporte de cabos é proibido e atribuiu à Equatorial a responsabilidade pela fiscalização. Já a concessionária de energia afirmou que a instalação e manutenção de cabos de telefonia e internet cabem às operadoras.
A Anatel, por sua vez, reforçou que é função das distribuidoras de energia organizar a ocupação dos postes e fiscalizar as condições das instalações, atividade pela qual recebem remuneração.
Enquanto a investigação prossegue, familiares e moradores da região cobram respostas e medidas para evitar que tragédias como a que vitimou João Victor voltem a se repetir.