As obras do Aeroporto de Cargas de Anápolis, iniciadas há mais de dez anos, continuam paralisadas e já consumiram mais de R$ 500 milhões em investimentos estaduais, segundo revelou o governador Ronaldo Caiado nesta segunda-feira (9). A infraestrutura, que deveria ser um importante polo logístico para Goiás, enfrenta dificuldades para entrar em operação devido a problemas ambientais na pista e bloqueios no licenciamento.
Durante a entrega da nova ala pediátrica do Centro Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), Caiado destacou o alto custo do aeroporto, em contraste com os R$ 250 milhões investidos no hospital oncológico, que já está funcionando e atendendo crianças e adolescentes. “O aeroporto de Anápolis nunca aterrissou nenhum drone, mas já custou para o estado mais de meio bilhão de reais”, afirmou.
O principal entrave para a retomada do aeroporto são os danos ambientais causados pela ausência de drenagem adequada na pista, que provocaram erosões e impediram a emissão do licenciamento ambiental. Para corrigir essa situação, o governo anunciou um investimento superior a R$ 70 milhões em compensações ambientais.
A Goinfra estima que o valor necessário para concluir as intervenções na região do Ribeirão Extrema pode chegar a R$ 180 milhões. A Infraero, responsável pela gestão do aeroporto desde o ano passado, informou que não dará continuidade às obras enquanto os problemas ambientais não forem solucionados.
Em resposta, o vice-governador Daniel Vilela revelou que o Estado já contratou uma empresa especializada para elaborar e executar os trabalhos de recomposição ambiental. Segundo ele, os estudos estão avançados e, assim que as correções forem finalizadas, a Infraero poderá concluir a construção da pista e colocar o aeroporto em operação.
Enquanto o aeroporto segue parado, o hospital oncológico inaugurado recentemente já atende seus primeiros pacientes, demonstrando resultados concretos em investimento público.