O pequi, fruto emblemático do cerrado brasileiro, é muito mais do que um simples alimento em Goiás. O pequi tem um sabor marcante, daqueles que ou você ama ou você odeia. Essa semana o fruto foi destaque nos jornais e redes sociais em razão de um pequeno acidente com um o influenciador Dellano Cruz, que ao comer o fruto em um restaurante de Caldas novas, não foi avisado que a polpa é parte comestível, que o pequi deve ser roído, e jamais mordido por causa dos espinhos. O fruto é um símbolo cultural profundamente enraizado na identidade do estado, trazendo consigo uma riqueza de sabores, tradições e, mais recentemente, reconhecimento por seus benefícios medicinais.
Quanto às propriedades medicinais, o pequi é valorizado por seus potenciais contribuições à saúde. Rico em vitamina A, C e E, além de compostos antioxidantes, esse fruto pode auxiliar na proteção contra danos celulares, antifúngico, fortalecimento do sistema imunológico e melhoria da saúde da pele. Além disso, alguns estudos sugerem que o óleo extraído das sementes do pequi possui propriedades anti-inflamatórias e pode contribuir para a redução do colesterol. Essas propriedades medicinais têm despertado interesse na comunidade científica, destacando o potencial do pequi não apenas como um alimento saboroso, mas também como um recurso para possíveis benefícios à saúde.
Eugênio Gonçalves de Araújo, renomado professor da Universidade Federal de Goiás, tem se destacado por suas pesquisas acerca do pequi. Seu trabalho tem sido fundamental para desvendar as propriedades medicinais desse fruto singular. Estudos realizados por Araújo e sua equipe revelaram que o pequi é uma fonte rico em antioxidantes, contendo substâncias que combatem os radicais livres no organismo, e ações neuroprotetoras e antineoplásica. Essas descobertas estão abrindo portas para novas aplicações na medicina, estimulando estudos mais aprofundados sobre o potencial terapêutico desse fruto tão icônico.
Assim, o pequi se destaca como um tesouro do cerrado, unindo aspectos culturais e medicinais. É importante ressaltar que graças aos estudos conduzidos por pesquisadores como Eugênio Gonçalves de Araújo, podemos conhecer os potenciais desse fruto e de outros do cerrado goiano, já que o processo acelerado de destruição desse bioma, principalmente dar lugar ao agronegócio, pode trazer entre outros prejuízos, o não conhecimento do grande potencial terapêutico da sua vegetação.
Vanessa Vieira, é Biologa, Doutora em Ciência animal na área de Cirurgia, Patologia animal e Clínica médica – pela Universidade Federal de Goiás. Mestre em Ciências Veterinárias na área de Saúde Animal – pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora da Faculdade Metropolitana de Anápolis – FAMA.