Um método inovador aprovado nos Estados Unidos permite identificar sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças com idades entre 1 ano e 4 meses e 2 anos e meio em apenas 15 minutos. A tecnologia monitora os movimentos dos olhos enquanto os pequenos assistem a vídeos curtos, oferecendo uma nova abordagem para a detecção precoce do autismo.
O estudo é liderado pelo brasileiro Ami Klin, diretor de um dos principais centros de tratamento de autismo em Atlanta. Segundo os pesquisadores, o exame pode auxiliar na identificação mais rápida de crianças em risco, o que potencialmente acelera o início de intervenções e terapias especializadas.
No entanto, especialistas brasileiros alertam para os limites da técnica. O diagnóstico de TEA é complexo e envolve avaliação médica, aplicação de testes padronizados e relatos detalhados de pais ou cuidadores. Reduzir o processo a um único biomarcador, como o olhar, pode gerar resultados imprecisos ou levar a diagnósticos equivocados.
Atualmente, no Brasil, o diagnóstico clínico é considerado confiável a partir dos 18 meses, sendo mais seguro depois dos três anos de idade. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento a pessoas com TEA por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que conta com 577 unidades em todo o país.
Segundo dados do IBGE, cerca de 2,4 milhões de brasileiros foram diagnosticados com autismo, pouco mais de 1% da população. Nos Estados Unidos, a estimativa é que uma em cada 31 crianças viva com o transtorno.
Especialistas reforçam que, embora novas tecnologias possam auxiliar na identificação precoce do autismo, o acompanhamento clínico individualizado continua sendo essencial para garantir precisão e suporte adequado às crianças e suas famílias.