Quando se fala em Anápolis, é impossível não lembrar do Mercado Municipal Carlos de Pina. Mais do que um ponto comercial, ele é memória viva da cidade, um espaço onde o tempo parece andar no ritmo das tradições e das histórias que se entrelaçam entre balcões, cheiros, sabores e olhares familiares.
Fundado em 25 de dezembro de 1951, o mercado cresceu junto com Anápolis. Foi ali, no coração da cidade, que muitas famílias começaram seus negócios e construíram suas trajetórias. Gerações inteiras aprenderam a trabalhar cedo, observando os pais e avós lidando com fregueses, arrumando mercadorias e fazendo do balcão uma extensão da própria casa.

Em cada canto, há lembranças da época em que os caminhões saíam carregados rumo a Brasília, levando alimentos e utensílios para ajudar na construção da nova capital, até os tempos de hoje, em que novos empreendedores chegam para somar ao cenário já tão rico e diverso. O mercado acompanhou tudo, com sua estrutura simples, mas cheia de vida, e continua firme, como símbolo de identidade e resistência.
Atualmente, mais de cem comerciantes dão vida ao espaço todos os dias, oferecendo desde carnes e laticínios até grãos, doces, comidas típicas e quitutes feitos com afeto. Por ali passam, em média, 1.500 pessoas diariamente moradores, turistas, gente que vai só comprar um queijo fresco e acaba ficando mais tempo, batendo papo com o feirante, tomando um café ou relembrando os velhos tempos.
O mercado também é um pedaço importante da história de Anápolis. Foi tombado como patrimônio histórico em 1984 e, nos últimos anos, passou por uma revitalização que respeita sua essência. A fachada ganhou novo brilho, e melhorias seguem acontecendo, sempre com o cuidado de manter viva a alma do lugar. As mudanças são pensadas com carinho, porque cada parede ali carrega décadas de convivência e de luta.
Em tempos de grandes centros comerciais, o Mercado Municipal continua sendo uma espécie de abrigo afetivo, onde se encontra qualidade, tradição e, principalmente, humanidade. No ritmo acelerado da cidade moderna, ele permanece como um convite à pausa, ao encontro e ao reencontro com a própria história.
Agora, às vésperas do aniversário de 118 anos de Anápolis, o mercado segue firme como símbolo do que a cidade tem de mais genuíno. É ali, entre sacolas de feira, abraços e sorrisos, que muita gente ainda se sente em casa. E é por isso que o Mercado Municipal Carlos de Pina não é só um lugar é parte da alma anapolina.