O Central Parque Senador Onofre Quinan, localizado na Vila Góis, região central de Anápolis, foi parcialmente interditado nesta quarta-feira (30) após ataques de macacos a frequentadores. A medida foi tomada pela Secretaria Municipal de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos como precaução, especialmente na área do parque onde há maior concentração de primatas.
Em entrevista ao Jornal Diário da Redação, a médica veterinária e coordenadora de Fauna da Prefeitura de Anápolis, Elisângela Albuquerque Sobreira, confirmou que os casos de agressividade vêm se intensificando e que uma intervenção mais ampla está sendo planejada. “Fui informada que ontem uma pessoa foi atacada, e ontem mesmo, enquanto estava no parque, eu presenciei um ataque”, contou.
A profissional revelou que a situação não é nova e citou o caso de um macaco já conhecido pelos técnicos da fauna. “Eu já capturei o Chicão, que atacava as pessoas há muitos anos. Fiz isso em novembro e encaminhei ele para uma APA em Terezópolis de Goiás. Mas agora esse outro, que a gente chama de Francisco, está atacando, então vamos ter que retirar também.”
A proposta da Prefeitura é retirar pelo menos dez animais e encaminhá-los para o Parque Ambiental Altamira e Pacheco, em uma ação que depende de autorizações legais e estrutura logística. “Estou aguardando a autorização da CEMAT, do IBAMA, os reticamentos, caixas de transporte e também a autorização para montar uma estrutura que permita a captura e transferência desses macacos”, explicou.
Segundo Elisângela, o comportamento agressivo dos animais é resultado do contato constante com os visitantes, que frequentemente os alimentam, mesmo com as orientações contrárias. “Eles já estão acostumados com a presença humana. Infelizmente, a gente vê direto o pessoal alimentando, e eu sempre peço para não fazer isso. Se não estivessem sendo alimentados, os macacos teriam medo de seres humanos e correriam para a mata. Agora estão mansos, acostumados com as pessoas, e por isso começam a atacar.”
A interdição atinge apenas parte do parque, permitindo que a população ainda possa caminhar e praticar atividades físicas na área oposta à dos incidentes. “A gente interditou só uma parte do parque para que as pessoas não fiquem caminhando naquela área e não ocorram mais ataques. Do outro lado, podem continuar com a caminhada e a corrida, sabe? Mas é uma questão de segurança mesmo, tanto para os visitantes quanto para os animais.”
A remoção dos primatas deve ocorrer nos próximos dias, assim que os trâmites legais forem concluídos. A expectativa é de que a ação ajude a restabelecer a segurança no local, onde os episódios de agressão têm se tornado recorrentes.