Na manhã desta quinta-feira (25), o Tribunal do Júri de Anápolis decidiu que Rosimeire Araújo Lima não pode ser responsabilizada criminalmente pelo crime que resultou na morte do motorista da Urban, Wallison Barboza dos Santos, em setembro de 2021. A ré foi considerada inimputável e deverá cumprir medida de segurança em um hospital psiquiátrico, de forma compulsória e por tempo indeterminado, até que haja laudo atestando condições de retorno ao convívio social.
Rosimeire confessou ter ateado fogo no ônibus em que a vítima trabalhava. Wallison sofreu queimaduras em 83% do corpo e faleceu 11 dias após o ataque.
A decisão da juíza Nathália Bueno seguiu as manifestações tanto da defesa quanto do Ministério Público, resultando em uma absolvição imprópria com imposição de tratamento psiquiátrico. Segundo o promotor Eliseu Belo, o crime teria sido cometido durante um surto psicótico, no qual a autora acreditava estar sendo ridicularizada pela vítima.
O julgamento também teve momentos de forte comoção. Ao final da leitura da sentença, as mães da vítima e da acusada se abraçaram e, em lágrimas, compartilharam a dor da tragédia.
Em entrevista, o promotor destacou a singularidade do processo. “Foi o primeiro Tribunal do Júri que conduzi envolvendo uma ré inimputável. Normalmente, casos assim são encerrados na primeira fase, mas, diante da estratégia da defesa, houve a necessidade de levar a julgamento”, explicou.