O Tribunal do Júri de Anápolis condenou dois homens pela execução do agente penitenciário Eduardo Barbosa dos Santos, assassinado aos 34 anos em janeiro de 2018. A sentença foi proferida na última terça-feira (27), mas só veio a público na noite de quinta-feira (29). As penas impostas somam mais de 42 anos de reclusão em regime fechado, e os réus não poderão recorrer em liberdade.
O crime ocorreu no Setor Bougainville, quando Eduardo chegava em casa após um dia de trabalho. Assim que estacionou o carro, foi surpreendido e alvejado com 23 disparos de pistola, ainda dentro do veículo. A autoria dos tiros foi atribuída a Wellington dos Santos Fernandes Miranda, que foi sentenciado a 23 anos, nove meses e 25 dias de prisão.
As investigações indicaram que o assassinato foi encomendado de dentro do sistema prisional por Pedro Henrique Pereira da Silva, que estava preso na época. No entanto, ele acabou absolvido durante o julgamento. Outra pessoa mencionada no inquérito, Karlla Juliana da Silva, também não foi responsabilizada, e sua suposta participação no crime não foi detalhada.
Já Anderson Diogo da Silva, acusado de fornecer a arma utilizada no homicídio, foi condenado a 18 anos e oito meses de reclusão. O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), autor da denúncia, sustentou que o assassinato foi premeditado e motivado por vingança, o que levou à aplicação de qualificadoras que resultaram em penas mais severas.
No caso de Wellington, pesaram contra ele os agravantes de motivo torpe, promessa de recompensa, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e exposição de terceiros a perigo comum. Apesar dos antecedentes criminais, sua pena teve uma pequena redução devido à sua idade, menos de 21 anos na data do crime.
A juíza responsável determinou a prisão imediata dos condenados. Ambos deverão iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade. A decisão representa o encerramento de um caso que chocou o sistema de segurança pública de Goiás e expôs a vulnerabilidade de agentes penitenciários diante de ameaças externas e internas ao sistema prisional.