Em resposta à imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Governo de Goiás anunciou nesta terça-feira (22) um pacote de medidas para proteger as empresas do estado. A reunião com representantes do setor produtivo, realizada no Palácio das Esmeraldas, marcou o lançamento de três fundos de crédito destinados a amenizar os efeitos da sobretaxação nas exportações.
O principal instrumento é o Fundo Creditório, uma linha de crédito garantida por créditos de ICMS. O volume estimado para esta linha chega a R$ 628 milhões, divididos igualmente entre recursos estaduais e aporte do setor privado. Com taxa de juros prevista em 10% ao ano, a operação promete ser mais atrativa que opções federais, como as do BNDES e do Plano Safra.
Para completar o pacote, o governo ativará o Fundeq (Fundo de Equalização para o Empreendedor), criado em 2020 para lidar com a crise da Covid-19, e o Fundo de Estabilização Econômica, que garante disponibilidade de recursos em situações emergenciais.
Empresários aprovaram a iniciativa. O vice-presidente da Fieg, Flávio Rassi, elogiou a estratégia por ser “impressionante” e pontual para enfrentar a crise. Já Paulo Afonso Ferreira, vice da CNI no Centro-Oeste, destacou que Goiás “sai na frente” ao assumir a liderança nesse tipo de medida.
O governador Ronaldo Caiado afirmou que o governo estadual busca “todas as ferramentas” para apoiar o setor produtivo e proteger empregos. Ele também anunciou a formação de um comitê de acompanhamento, com participação de seis secretarias e seis polos econômicos, para mapear as demandas específicas dos setores mais afetados pela tarifa americana.
A expectativa é que as linhas de crédito fiquem disponíveis a partir de 6 de agosto, com liberação condicionada à manutenção dos empregos nas empresas beneficiadas. Os recursos poderão ser usados tanto para investimentos quanto como capital de giro, com foco em setores como mineração, agronegócio (soja, carne, café), alimentos e químicos.
O presidente da Aprosoja Goiás, Clodoaldo Calegari, elogiou a iniciativa e chamou-a de “corajosa”. Para o ex-presidente da Adial, Zé Garrote, a medida amplia as perspectivas de negociação de mercado.
Veja como a ação reforça a economia goiana:
- Fundo Creditório: R$ 628 milhões (ICMS + setor privado), juros a 10% ao ano
- Fundeq: recursos já existentes usados como subsídio em crédito empresarial
- Fundo de Estabilização: reserva para sustentar serviços públicos durante crises
Estão disponíveis palavras-chave estratégicas para empresas interessadas na Secretaria-Geral do Governo (SGG), com a condição de manter os postos de trabalho. O movimento pode evitar impactos drásticos no escoamento de commodities como soja, carne e aço.