Estudantes de Medicina de Goiás são denunciadas após debocharem de paciente transplantada

Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano publicaram vídeo zombando da história de Vitória Chaves da Silva, que faleceu dias depois

As estudantes de medicina Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano, ambas naturais de Goiás, estão sendo investigadas após publicarem nas redes sociais um vídeo que gerou comoção nacional. A gravação, feita em fevereiro de 2025, mostra as duas jovens ironizando o histórico médico de Vitória Chaves da Silva, de 26 anos — uma paciente que havia enfrentado, com coragem, quatro transplantes ao longo da vida. Dias após o vídeo, Vitória faleceu em decorrência de complicações cardíacas.

No TikTok, uma das estudantes chega a dizer: “Essa menina tá achando que tem sete vidas?”, em referência aos transplantes que Vitória havia passado — três de coração e um de rim. O vídeo, publicado sem qualquer empatia, provocou revolta entre amigos, familiares e internautas, sobretudo após a notícia da morte da jovem vir à tona. A família registrou um boletim de ocorrência por injúria no 14º Distrito Policial, em Pinheiros (SP), e o caso foi encaminhado ao Ministério Público, que agora analisa se formalizará uma denúncia criminal contra as estudantes.

Imagem Vitoria paciente transplantada
Vitória, paciente que fez transplantes de coração
Foto: Reprodução/TV Globo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde Gabrielli e Thaís participavam de um curso de extensão no Instituto do Coração (InCor), repudiou publicamente o comportamento. Em nota oficial, a instituição esclareceu que as autoras do vídeo não são alunas regulares da faculdade, e reforçou seu compromisso com a ética, o respeito e a dignidade humana na formação de profissionais da saúde.

Vitória era muito mais do que uma paciente. Desde criança, convivia com a Anomalia de Ebstein, uma rara e severa doença cardíaca. Mas mesmo diante de tantas dificuldades, ela nunca se deixou vencer pela dor. Dividia sua rotina de internações e cirurgias nas redes sociais com otimismo e doçura, inspirando milhares de seguidores com sua coragem e sua forma leve de encarar a vida.

Sua morte comoveu o país. E a dor da família foi amplificada pela crueldade gratuita de quem, ironicamente, escolheu a medicina como caminho — uma profissão que deveria representar cuidado, acolhimento e empatia.

O caso reacende um debate urgente: que tipo de médicos o Brasil está formando? Mais do que conhecimento técnico, é preciso ensinar humanidade. Porque cada paciente tem uma história — e nenhuma vida deve ser tratada com desprezo.

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