Marcos Ramos, proprietário do Leviana Bar, localizado na Vila Santa Isabel, publicou nas redes sociais um vídeo em que relata ter recebido uma ordem de prisão de um fiscal da Postura na noite do último sábado (17). Segundo ele, o agente afirmou que a ação fazia parte de uma fiscalização rotineira, sem que houvesse qualquer denúncia formal contra o estabelecimento.
No vídeo, o empresário afirma que manteria o bar aberto no domingo (18), apesar da ameaça. Durante o dia, o local funcionou normalmente, com uma faixa escrita “Eu amo a Postura” exposta na fachada, enquanto amigos e familiares participavam de um churrasco no espaço.
Em entrevista ao Diário da Redação, Marcos disse que a Prefeitura havia exigido um laudo técnico de medição de ruídos e isolamento acústico, concedendo um prazo de 45 dias para as adequações — prazo esse que ainda está em vigor. No entanto, segundo ele, a ordem foi de fechamento imediato, conduzida com truculência por parte dos fiscais.
“Mesmo apresentando os documentos que comprovam que estou dentro do prazo, não quiseram nem olhar. Não me deixaram falar e ainda apontaram o dedo na minha cara”, relatou. Ele lembrou que um acordo firmado no mês passado com o Ministério Público permite o funcionamento de bares e restaurantes durante o período de recurso, até que sejam feitas as adequações exigidas.
A situação se agravou quando o empresário foi ameaçado de prisão. “Recebi voz de prisão caso não fechasse o bar na hora. Expliquei que precisava trabalhar para pagar funcionários e compromissos financeiros. Tenho mais de R$ 20 mil em contas para pagar na segunda-feira. O fiscal respondeu que, se eu não calasse a boca, seria preso, e a dívida subiria para R$ 28 mil, com os custos de advogado e fiança”, afirmou Ramos.
Reincidência de reclamações
Desde fevereiro, comerciantes têm relatado diversas situações envolvendo supostos abusos por parte dos fiscais da Postura. As queixas não se referem à fiscalização em si, mas à maneira como ela é conduzida. Um exemplo é o Julietta Gastrobar, localizado no bairro Jundiaí, que foi fechado após uma ação semelhante.
O Grupo Amigos da Música de Anápolis, divulgou uma nota de repúdio, onde diz que “a ação vai na contramão do que foi tratado em reunião realizada nas dependências do ministério público dia 8 desse mês, onde haveria flexibilidade para os proprietários no processo de licenciamento”
Segundo Marcos Ramos, a repercussão do seu vídeo reflete a insatisfação generalizada entre os donos de bares e restaurantes. “O Leviana não é o único a passar por isso”, concluiu.