Divaldo Franco não foi apenas um grande nome do espiritismo. Foi, acima de tudo, um homem que escolheu amar, todos os dias, por meio da palavra, da escuta, da caridade e da presença. Sua partida, aos 97 anos, deixa um silêncio profundo, mas também uma herança de luz que continuará a guiar milhares de corações por muito tempo.
Natural de Feira de Santana, na Bahia, Divaldo nasceu em 1927 e descobriu cedo sua mediunidade. Ao longo da vida, não a usou para se exaltar ou buscar aplausos, mas para servir. Com humildade, percorreu o Brasil e o mundo falando sobre espiritualidade, perdão, autoconhecimento e esperança, temas que levava com a leveza de quem vive o que ensina.
Um trabalhador da paz
Mais do que médium, Divaldo foi educador da alma e servidor da humanidade. Fundou, ao lado de Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, projeto social que acolheu milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, oferecendo escola, cuidado, alimento e amor.
Enquanto muitos falam sobre caridade, Divaldo a viveu todos os dias.
Em mais de 75 anos de dedicação à doutrina espírita, proferiu mais de 13 mil palestras, visitou mais de 70 países e psicografou mais de 250 livros, muitos atribuídos ao espírito Joanna de Ângelis, sua companheira espiritual de longa data.
Mas, para além dos números, o que impressionava em Divaldo era o modo como olhava as pessoas. Com paciência, atenção e carinho. Ouvi-lo falar era como receber um abraço da alma.
Uma voz que tocava o coração
Mesmo com a saúde fragilizada nos últimos anos, continuava presente, fazendo palestras, lives e encontros. Sentado, com voz serena e sorriso afetuoso, ele falava de temas profundos com uma simplicidade que tocava até quem nunca tinha lido um livro espírita.
Sua forma de comunicar era feita de empatia, não pregava, conversava. E por isso conquistava tantos. Era comum ver gente emocionada após suas palestras, agradecendo por uma frase, um gesto, um olhar.
Um legado que não morre
Comparado a Chico Xavier em termos de influência e alcance, Divaldo deixa um rastro de bondade que será lembrado não apenas em livros, vídeos e homenagens. Seu legado vive nas crianças acolhidas pela Mansão do Caminho, nos corações confortados pelas suas palavras, e na fé renovada por quem se sentiu amparado em momentos difíceis.
Divaldo foi, em essência, aquilo que tantas vezes disse em suas palestras: um instrumento do amor de Deus na Terra. E sua missão, claramente, foi cumprida com grandeza, humildade e dignidade.