A morte da brasileira Juliana Marins, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, gerou comoção e levantou uma série de críticas à estrutura de resgate no país asiático. A jovem caiu em um ponto de difícil acesso e só foi localizada após quatro dias, já sem vida.
Nas redes sociais, brasileiros questionaram a demora no atendimento, a ausência de helicóptero nas primeiras horas e a inadequação dos equipamentos enviados, entre eles, cordas que não alcançavam a profundidade necessária. Também houve dúvidas sobre se a turista poderia ter sido mantida viva com auxílio básico, como alimentação e abrigo, até a chegada das equipes.
Especialistas em trilhas da Indonésia, ouvidos pela imprensa local, afirmaram que o trecho onde ocorreu o acidente é conhecido pela dificuldade técnica e riscos. Um dos guias mais experientes da região, Mustaal, que atua no Rinjani há mais de duas décadas, reconheceu que o material enviado inicialmente não era suficiente. “As cordas eram curtas demais. Esse tipo de falha não pode se repetir”, afirmou.
Ele ponderou, no entanto, que o clima pode ter contribuído para a lentidão da operação. A região próxima ao cume, onde Juliana caiu, costuma ser tomada por neblina densa no fim da tarde, o que reduz a visibilidade e torna a movimentação perigosa. “O percurso é exaustivo, e muitos trilheiros chegam ao limite físico e mental. Isso compromete a atenção e aumenta os riscos de acidentes”, explicou.
O Monte Rinjani, com mais de 3,7 mil metros de altitude, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia e um destino muito procurado por praticantes de ecoturismo. Apesar de popular, o trajeto exige preparo e concentração. Relatos de moradores e guias locais apontam que já houve outros acidentes em trechos semelhantes.
O caso de Juliana reacende o debate sobre a necessidade de protocolos mais robustos e equipamentos adequados em trilhas de alto risco. A expectativa é que, diante da repercussão internacional, as autoridades indonésias avaliem medidas para reforçar a segurança e evitar novas tragédias.