Durante sua passagem pela Flórida, o furacão Milton causou devastação significativa. Até o momento, 16 mortes foram confirmadas, e cerca de três milhões de moradores da Flórida ficaram sem eletricidade, dois dias após a tempestade. O furacão não apenas trouxe ventos fortes, mas também provocou chuvas intensas e inundações, exacerbadas pela elevação do nível do mar, um problema crônico nas áreas costeiras.
As alterações climáticas tornaram duas vezes mais prováveis a ocorrência de furacões como o Milton, segundo cientistas do World Weather Attribution. Essas tempestades mais intensas têm se tornado mais frequentes em um clima com uma temperatura média global 1,3 graus acima dos níveis normais registrados antes da Revolução Industrial. Estudos apontam uma relação direta entre o aquecimento global e o aumento da intensidade dos ciclones tropicais, reforçando a necessidade urgente de estratégias de mitigação e adaptação. O cenário atual exige uma atenção redobrada para as consequências das mudanças climáticas, não apenas para a segurança das comunidades, mas também para a economia global.
O furacão Milton, que se intensificou rapidamente nas águas aquecidas do Golfo do México, se tornou um exemplo marcante da conexão entre mudanças climáticas e ciclones tropicais. Com ventos que superaram os 240 km/h, passou de uma tempestade tropical a um furacão de categoria 5 em apenas 24 horas, refletindo a crescente preocupação dos cientistas com o impacto do aquecimento dos oceanos.
Estudos indicam que o aumento da temperatura da superfície do mar fornece energia adicional para tempestades tropicais, permitindo que se transformem em furacões mais fortes e destrutivos. Cientistas do World Weather Attribution afirmam que as mudanças climáticas tornaram duas vezes mais prováveis a ocorrência de furacões como o Milton. Além disso, uma análise do grupo Climate Central revelou que as alterações climáticas tornaram 400 a 800 vezes mais provável que as águas do mar tenham aquecido a tal ponto, facilitando a rápida intensificação do furacão.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) ressalta que a temperatura média dos oceanos aumentou de forma alarmante nas últimas décadas, impulsionada pelo aquecimento global. Essa tendência preocupa, pois furacões mais intensos resultam em danos muito maiores à infraestrutura e ao bem-estar das populações afetadas.
O cenário global aponta para uma necessidade urgente de ações climáticas que visem a redução das emissões de gases de efeito estufa e a desaceleração do aquecimento dos oceanos. Simultaneamente, os países precisam reforçar suas políticas de preparação e resiliência, a fim de minimizar os impactos que esses fenômenos climáticos mais intensos podem causar. A urgência das medidas não pode ser subestimada, pois o futuro da segurança e da economia de muitas regiões depende de nossa capacidade de enfrentar as mudanças climáticas.