O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), notificou o Ministério Público de Goiás (MPGO) devido a supostas irregularidades no programa Bolsa Graduação, lançado em 2019 na gestão do ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos). O objetivo do programa era oferecer subsídios às mensalidades de estudantes de graduação no ensino superior. No entanto, Márcio Corrêa afirmou que a gestão anterior não pagou as bolsas nos últimos dois anos, deixando uma dívida de R$ 10 milhões para o município, especialmente relacionada aos cursos de medicina. Ele destacou que a responsabilidade pela educação superior é do governo federal, e não do município.
O prefeito também apontou possíveis irregularidades na concessão do benefício, alegando que o processo seletivo teria burlado princípios de transparência pública. Segundo ele, o procedimento foi realizado sem critérios claros, beneficiando alunos de famílias de classe média e alta, como fazendeiros e empresários, especialmente no curso de medicina.
Durante uma coletiva para apresentar o projeto Conecta Anápolis nesta sexta-feira (11), Corrêa comentou que a prefeitura recebeu uma cobrança de R$ 10 milhões por atrasos nos pagamentos dos últimos dois anos. Ele criticou a criação do programa, dizendo que foi feito sem uma base orçamentária adequada. “Não vou deixar de pagar uma escola que é minha obrigação, para bancar o ensino superior que é responsabilidade do governo federal”, afirmou.
Fontes próximas indicam que pelo menos 50 estudantes de medicina cadastrados no programa geraram um custo mensal de aproximadamente R$ 500 mil aos cofres municipais. Em vídeo, o prefeito reforçou que a legislação municipal permite o custeio apenas do Ensino Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental, enquanto o Ensino Superior é de responsabilidade do Governo Federal. “Enquanto eu for prefeito, não vou usar o dinheiro de quem mais precisa para pagar a mensalidade de filhos de ricos que estudam Medicina. Nosso foco é investir onde faz diferença na vida de quem realmente precisa”, concluiu.
