Anápolis lembra tragédia de romeiros com missa na Praça dos Romeiros

Há 27 anos, acidente matou 55 fiéis que retornavam de Aparecida; sobrevivente relembra fé e superação

Nesta segunda-feira (8), a Diocese de Anápolis realiza, às 19h30, uma missa campal na Praça dos Romeiros para homenagear as vítimas do trágico acidente rodoviário ocorrido em 1998, que ceifou 55 vidas de romeiros da cidade. A celebração será presidida pelo bispo coadjutor Dom Waldemar Passini Dalbello e está aberta a toda a comunidade.

A tragédia que marcou Anápolis

Na madrugada de 8 de setembro de 1998, dois ônibus que retornavam de peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida (SP) colidiram com um caminhão-tanque carregado de combustível na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. O impacto provocou uma explosão que resultou na morte imediata de 53 pessoas; outras duas morreram dias depois em decorrência dos ferimentos.

O acidente gerou comoção nacional. Em Anápolis, muitas famílias inteiras foram atingidas pela perda, incluindo crianças e adolescentes. A tragédia entrou para a história como um dos episódios mais dolorosos da cidade e levou à criação da Praça dos Romeiros, onde um memorial foi erguido em lembrança às vítimas.

A fé como sustentação

Entre os sobreviventes está Marília Santos, que tinha apenas 10 anos na época. Ela recorda que a viagem, que deveria terminar em alegria, foi interrompida pela fatalidade. Apesar de não ter sofrido ferimentos graves, a perda de amigos e conhecidos deixou marcas profundas.

Segundo Marília, a fé foi o alicerce para enfrentar aquele momento. Ela lembra que, ainda criança, confiava em Deus como única forma de entender o que havia acontecido. A oração e a presença espiritual da comunidade foram, para ela, o maior conforto nos dias que se seguiram ao acidente.

Com o passar dos anos, a romeira afirma que transformou a dor em força e a saudade em gratidão. Para ela, os que partiram contemplam hoje a face de Cristo, o que lhe traz consolo. Maríria também destaca que o Santuário Nacional de Aparecida ganhou novo significado após a tragédia, tornando-se ainda mais a “casa da Mãe”, um lugar de acolhimento e esperança para todas as famílias atingidas.

“Se estou viva hoje é porque Deus me deu uma nova chance de fazer a diferença onde quer que eu esteja. Aprendi a ser grata a cada amanhecer, a cada conquista e a cada momento vivido”, afirma.

Memória coletiva

A missa desta noite é mais do que uma celebração religiosa: é um gesto de memória coletiva. Ao reunir famílias, sobreviventes e fiéis, Anápolis renova o compromisso de nunca esquecer a tragédia, ao mesmo tempo em que reafirma a fé e a esperança que sustentaram a cidade nos anos seguintes.

Compartilhar post:

Últimas

Relacionadas
Postagens

Vice-prefeito de Anápolis Walter Vosgrau, se filia ao PSD

O vice-prefeito de Anápolis, Walter Vosgrau, vai se filiar...

Uso do celular no banheiro pode aumentar em 46% o risco de hemorroidas, aponta estudo

Ler notícias, rolar pelas redes sociais ou jogar no...

Mulher denuncia namorado após ser brutalmente agredida em Anápolis

Uma mulher de 34 anos compareceu à Central de...