A charmosa cidade de Pirenópolis, no coração de Goiás, já está em clima de festa. De 8 a 10 de junho, o município recebe mais uma edição das Cavalhadas, uma das manifestações culturais mais vibrantes e emocionantes do Brasil, que neste ano chega ao seu 199º aniversário. Mais do que um espetáculo visual, o evento é uma celebração viva da fé, da memória e da identidade de um povo.
Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN, a encenação das Cavalhadas faz parte da tradicional Festa do Divino Espírito Santo e atrai anualmente milhares de visitantes, tanto do Brasil quanto do exterior. Durante três dias, o tempo parece voltar à Idade Média: cavaleiros montados em belos cavalos desfilam com armaduras coloridas, relembrando, com orgulho e emoção, o duelo simbólico entre mouros e cristãos uma narrativa de fé, superação e reconciliação.
E o espetáculo ganha forma: de um lado, os cristãos com trajes azuis; do outro, os mouros, vestidos de vermelho. O confronto encenado culmina na conversão do rei mouro, um momento de forte carga simbólica que encerra o ciclo com uma mensagem de união.

Mas a festa vai muito além da arena. A cidade inteira se transforma. Cortejos tomam as ruas, famílias abrem suas casas, crianças correm atrás dos mascarados personagens irreverentes que arrancam risadas com suas fantasias inusitadas e brincadeiras. Nas igrejas e praças, a fé se manifesta em novenas, missas e promessas pagas com devoção. Na mesa, o sabor da tradição: empadões, doces caseiros, pamonhas e o inconfundível frango com pequi.
A Festa do Divino começa antes, com a saída da Folia do Divino da zona rural, e só termina dias depois das Cavalhadas. A chegada da folia, o levantamento do mastro e a distribuição dos pãezinhos do Divino são momentos aguardados com o mesmo carinho de gerações passadas.
Para os visitantes, o conselho é simples: vá com tempo e coração aberto. Chegue cedo para garantir um bom lugar, leve protetor solar e água e prepare-se para se emocionar. Em 2025, a expectativa é de um público ainda maior, já que o evento se aproxima de sua 200ª edição.
Pirenópolis, com suas ruas de pedra, casarões coloniais e espírito acolhedor, oferece mais do que uma festa: entrega uma experiência profunda de pertencimento, onde cada batida de tambor e cada passo dos cavalos ressoa com a história de um Brasil que resiste e se orgulha de suas raízes.